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Angola: Associação pede ao estado subsídio de sobrevivência para albinos

Luanda - Associação Angolana de Apoio aos Albinos
quer que o Estado passe a atribuir um subsídio de
sobrevivência à pessoa albina, devido à condição de
vulnerabilidade em que se encontram, desde a falta de
assistência médica regular à discriminação.

Fonte: Dimuca Line
A posição foi assumida pelo presidente da associação,
Manuel Vapor, que em declarações à Lusa confessou a
"mágoa" do falecimento recente de um representante

da associação na província angolana do Moxico, que
por falta de cuidados médicos sucumbiu a um cancro
da pele, um dos problemas mais frequentes dos
albinos.
"Teve um acompanhamento não muito adequado e não
resistiu", explicou, tentando com este caso justificar a
pretensão da associação.
"O Estado devia criar um subsídio de sobrevivência
para esta franja, para poderem sobreviver e custear
alguns tratamentos de dermatologia e oftalmologia",
apontou Manuel Vapor.
A Associação de Apoio dos Albinos de Angola existe há
três anos e conta actualmente com 600 membros e
representações nas províncias de Benguela, Huambo,
Uíge, Moxico, Huíla e Luanda. "Nestes anos de
existência recebemos vários relatos de situações que
seriam evitáveis, alguns membros da nossa associação
morreram devido a ausência dos cuidados médicos
regulares", reconheceu.
O albinismo é um distúrbio congénito caracterizado
pela ausência de completa ou parcial de pigmento na
pele, cabelos e olhos, características que em algumas
culturas são invocadas para práticas de superstição e
de feitiçaria.
Só os cremes para a protecção da pele chegam a
custar 12.000 kwanzas (68,5 euros), algo que "não está
ao alcance" da generalidade destas pessoas, admite o
dirigente daquela associação.
Em 2015, durante o primeiro simpósio de Dermatologia,
o Ministério da Saúde de Angola admitiu que o número
de albinos no país é elevado mas que os cuidados de
saúde prestados a esta população ainda não eram os
desejados.
Além destes problemas, mitos, tabus, preconceitos e
sobretudo a discriminação em volta da pessoa albina
"ainda persistem" na educação e na saúde, mas
também no acesso ao emprego, recordou Manuel
Vapor.
"Grande parte da população albina não consegue
continuar de forma regular com as consultas
ambulatórias de dermatologia, que por vezes são
pagas, fazendo com que muitos, devido aos custos
elevados das mesmas, acabem por desistir. São
pessoas vulneráveis", apontou.
"Devido à sua condição natural e também na redução
visual, pensam que as pessoas albinas não têm
capacidade para poder enfrentar uma escola", explicou.
A marginalização da pessoa albina também está
patente no campo do emprego, onde precisou, a
associação tem encontrado "grandes barreiras", por
dúvidas nas suas capacidades de exercerem
determinadas atividades.
A associação regista igualmente casos de crianças
abandonadas, por nascerem com este distúrbio
congénito. "Muitas crianças albinas que se tornam
órfãs são rejeitadas pelos familiares e ainda
continuamos a receber casos de pais que rejeitam
filhos albinos com argumentos vários para a fugirem à
paternidade", concluiu Manuel Vapor.
Portal Dimuca Line

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